Carlos Eduardo Alves cobrou da governadora Fátima Bezerra um plano para recuperar a economia do Rio Grande do Norte dos prejuízos causados pela pandemia do novo coronavírus. De acordo com ele, a governadora precisa ouvir os empresários para encontrar uma solução para as “sérias dificuldades” que o setor produtivo enfrenta.
“É preciso o governo ser governo e anunciar à população o seu planejamento estratégico para a nova convivência entre a proteção à saúde e os meios de trabalho e renda. As pessoas merecem viver. As empresas e os empregos precisam sobreviver. E isso é urgente”, afirmou o ex-prefeito nesta quarta-feira (20) em uma mensagem distribuída aos seus contatos no aplicativo WhatsApp.
Na opinião de Carlos Eduardo, que disputou o Governo do Estado nas eleições de 2018 e perdeu para Fátima no segundo turno, a pandemia do coronavírus agravou uma crise econômica que o Rio Grande do Norte vivencia “há vários anos”. Ele disse que, ao provocar diminuição na renda dos trabalhadores, “sufocar” empresas e gerar demissões, a atual crise produziu uma “tempestade perfeita” na economia potiguar, que ele classificou como “pobre”.
“O governo federal está tentando amenizar a situação das pessoas e empresas. Mas o governo do Rio Grande do Norte está omisso, faltando ao seu compromisso básico de proteger as pessoas e seus empregos ou formas de renda. E isso é inaceitável”, escreveu o ex-prefeito de Natal.
Carlos Eduardo disse ser o “porta-voz de milhares de pessoas que estão se sentindo abandonadas por quem prometeu governar para todos” e pediu à governadora – sem deixar claro se é a favor de mudanças nas atuais recomendações de isolamento social – que instale um diálogo com setores da saúde e da produção econômica.
“O governo precisa ouvir os médicos, cientistas, professores das universidades, mas também os empresários, especialmente os micro e pequenos que estão com sérias dificuldades e sem perspectivas. O governo precisa ouvir e agir, fazer, trabalhar, encontrar saídas”, complementou.
Segundo o ex-prefeito de Natal, a demora do governo estadual em coordenar tais ações piora a situação econômica do Rio Grande do Norte. “A lentidão do governo nos preocupa e provoca enormes prejuízos aos geradores de emprego e aos trabalhadores ou desempregados, mas inda é tempo de salvar o Rio Grande do Norte da maior falência pública e privada da sua história”, finaliza Carlos Eduardo.
IMPACTO DO ISOLAMENTO
Contrariando a expectativa de entidades que representam o setor produtivo do Estado, a governadora decidiu prorrogar até o dia 4 de junho as medidas de isolamento social para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus. Foi editado um novo decreto que mantém a proibição para funcionamento da maior parte do comércio no Estado. Ficam autorizados a funcionar apenas serviços considerados essenciais.
Nas últimas semanas, entidades que representam a indústria, o comércio e o setor de serviços têm pedido à governadora que apresente um plano para a retomada gradual das atividades. Eles argumentam que a paralisação de segmentos econômicos por tempo indeterminado obrigará empresas a fazer demissões.
Dados da Secretaria Estadual de Tributação apontam que, desde o início das restrições de circulação de pessoas impostas pela pandemia do coronavírus, a atividade econômica do Estado encolheu. O último balanço divulgado aponta que, na semana de 27 de abril a 3 de maio, a operação média diária de atividades dos principais setores econômicos ficou em R$ 223,3 milhões. Isso representa uma queda de 24% em relação à operação do mesmo período do ano passado.